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Principais Lesões e Tratamentos com Tecnologias para o Cavalo Atleta

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HTM VET: Principais Lesões e Tratamentos com Tecnologias para o Cavalo Atleta

HISTÓRIA:

O cavalo tem sido essencial ao ser humano por milhares de anos, inicialmente usado para transporte, agricultura e batalhas. Em 680 a.C., começou a ser utilizado em competições nos Jogos Olímpicos, puxando bigas. Desde então, houve evolução na genética e no uso dos cavalos, que atualmente participam de diversas modalidades esportivas. Raças específicas, como o Puro Sangue Inglês (PSI) para corridas, o Brasileiro de Hipismo (BH) para hipismo e o Quarto de Milha para provas de agilidade, são comuns em competições.

PRINCIPAIS LESÕES EM COMPETIÇÕES:

E essas provas e competições muitas vezes levam o animal atleta ao seu limite extremo, podendo ocasionar lesões, principalmente nos membros locomotores, como lesões por concussão, como tendinites e desmites. Lesões por Hiperflexão, como ruptura de tendões e ligamentos. Lesões musculares ou miosites, como distensões e contraturas. E em casos mais graves e extremos, fraturas (MCGOWAN, 2007).

TENDINITES E DESMITES:

As tendinites e desmites talvez sejam as mais comuns.
Tendinite é a inflamação do tendão e da inserção tendínea no musculo, provocada por tensão excessiva, e comumente acomete os tendões flexores da parte inferior dos membros. Por sua vez, desmite é a inflamação de um ligamento.
Para essas lesões especificamente, podemos utilizar o Ultrassom Terapêutico (UST), que acelerará o processo de cicatrização da estrutura lesionada e proporcionará uma melhor organização das fibras de colágeno. Efeitos semelhantes ao do UST podemos obter com a Tecarterapia, que também pode ser uma grande aliada para o tratamento dessas estruturas, que diferente do UST, trabalha com uma onda eletromagnética, através da radiofrequência, proporcionando analgesia, além de atuar na inflamação e recuperação do tecido lesionado. Importante tanto para a o UST quanto para a Tecarterapia, que o profissional se atente a fase, como aguda ou crônica e grau da lesão, pois os parâmetros de utilização desses equipamentos serão diferentes.
A fotobiomodulação também pode ser uma grande aliada no alívio da dor e modulação da inflamação do local, além da melhora na circulação.
Para essas lesões, a ozonoterapia poderá ser utilizada tanto em aplicações sistêmica como tópicas locais.

RUPTURAS:

Para os tratamentos de rupturas, a depender do caso clínico, pode-se indicar cirurgia (Tenorrafia), ou tratamentos conservativos. (THOMASSIAN, 2005; CORRÊA et al., 2017).

Além disso, a fotobiomodulação pode ser uma grande aliada nos tratamentos de controle da dor e inflamação. O laser de baixa potência é uma forma não invasiva de tratamento, onde a luz é absorvida por meio de moléculas que se localizam no interior das mitocôndrias e é capaz de ativar a produção de colágeno e o desenvolvimento dos fibroblastos, visando a cicatrização (MORAES, 2009; MORAES, 2010).

LESÕES MUSCULARES:

Sobre os acometimentos musculares, as miosites ou lesões musculares são comuns em equinos atletas, devido principalmente ao esforço realizado nas provas e competições.

O termo “miosite” de modo geral é aplicado para degenerações musculares que são bastante comuns nos cavalos devido à contração violenta ou a extensão demasiada, como por exemplo uma distensão ou mesmo uma contratura (STASHAK, 1994).

Outra lesão comum é a perda de massa muscular após um longo período daquela musculatura imobilizada.

No tratamento de lesões musculares com equipamentos eletromédicos, os mais indicados são aqueles que promoverão um relaxamento e analgesia no local, como Ultrassom Terapêutico e Tecarterapia.
Os Lasers infravermelhos também são grandes aliados em lesões musculares, para alivio da dor e modulação do processo inflamatório.

FRATURAS:

A fratura é a fase mais grave de uma lesão em uma competição, e em alguns casos o único tratamento é cirúrgico. No entanto, seja para tratamentos que não haja a necessidade de cirurgia ou mesmo nos pós cirúrgico, a fotobiomodulação pode ser uma importante coadjuvante no tratamento de fraturas, pois melhora a circulação local, promovendo osteogênese, além de promover analgesia. Importante ressaltar que para esse tratamento com o LED LASER, o comprimento de onda utilizado sempre deverá ser infravermelho e com capacidade de penetração profunda no tecido.

LESÕES SUPERFICIAIS:

Todas as lesões citadas anteriormente, são lesões profundas e poderão vir acompanhadas de lesões superficiais como feridas, escoriações, edemas e hematomas.

Para o tratamento de feridas e escoriações, é indicado o uso da fotobiomodulação com o uso dos comprimentos de onda azul 470nm para feridas infectadas e vermelho 658nm ou 660nm para cicatrização.

Pode-se utilizar ainda a técnica de ozonioterapia em aplicações tópicas locais, através das técnicas de bagging ou cupping, que atuará como regulador dos mediadores envolvidos no processo inflamatório, melhorando a circulação sanguínea, auxiliando no processo de recuperação tecidual, e combatendo possíveis patógenos presentes na lesão. É possível ainda lavar a feridas com água ozonizada, a fim de promover uma melhor assepsia no local.

Para o tratamento de hematomas, podemos utilizar tanto a fotobiomodulação, especialmente com a luz vermelha, como também o ultrassom terapêutico preferencialmente de 3MHz e a tecarterapia, ambos em modos pulsados.

Já para edemas e cicatrização, além dos tratamentos citados acima, podemos também utilizar a eletroestimulação, com a MENS ou Micro corrente.
A microcorrente é excepcionalmente útil em danos de tecidos moles, como feridas, traumas, pós-cirúrgicos, e, particularmente nos tratamentos de dor residual em longo prazo devido a cicatrizes pós-cirúrgicas (BECKER, 1985; KIRSCH E LERNER, 1990).

CONCLUSÃO:

As tecnologias eletromédicas veterinárias são aliadas valiosas na recuperação de cavalos atletas, permitindo tratamentos eficazes e menos invasivos para diversas lesões comuns nas competições.

Autor: M.V. Dr. Rodrigo Moretti

FONTES:

MCGOWAN, CATHERINE M. et al, 2007, Animal Physiotherapy: Assessment, Treatment and Rehabilitation of Animals, first edition;

STASHAK, TED S, 1994, Claudicação em equinos segundo Adams;

THOMASSIAN, ARMEN, 2005, Enfermidades do Cavalo;

CORREA, R.R. et al, 2017, Propriedades mecânicas de dois padrões de sutura e dois tipos de fios aplicados às tenorrafias dos equinos;

MORAES JM et al, 2009, Therapeutic ultrasound as treatment in equine wounds;

MORAES JM et al, 2010, Ultrassom terapêutico como tratamento na cicatrização de feridas sépticas eqüinas;

PAVANI, LAURA PASCUAL, tratamento das rupturas de tendão em equinos – revisão de literatura;

BECKER, R, 1985, The Body Eletric;

KIRSCH, D.; LERNER, F.; Innovations in pain management: a practical guide for clinicians;

História do hipismo: tudo que você precisa saber sobre: https://cafepaddock.com.br/historia-do-hipismo/#:~:text=A%20utiliza%C3%A7%C3%A3o%20de%20cavalos%20em,os%20esportes%20automotivos%20de%20hoje;

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